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Bailarino/a vs Professor/a vs Pedagogo/a

Updated: Jun 14, 2020


Neste dia 20 Maio - Dia do/a Pedagogo/a apresento a minha visão sobre ensinar/aprender, acrescentando a esta discussão a figura menos falada, mas para mim a mais importante nesta viagem de ensinar e aprender, o/a Pedago/a :D


Ao longo da nossa vida deparamo-nos com professoras/es, que tinham imensos conhecimentos técnicos, mas nem todas/os conseguiam transmitir aquele conhecimento… e muito menos potencializar as nossas potencialidades (passo o pleonasmo), ou seja, irmos mais além, para não falarmos que nem todas/os têm o dom de nos envolver numa aprendizagem e fazer entender aquele conhecimento em particular, onde faz sentido no geral. Ou seja, tem que saber que partilhar é o seu Propósito de vida, ou seja, o seu compromisso com o Outro.

A figura de professor/a pode deter um conhecimento técnico, e até ser um mestre na utilização prática daquele conhecimento (neste caso ser exímio Bailarino/a), mas nem todas/os conseguem transmitir, passar a mensagem.


Quando leio ou ouço sobre este assunto é muito circunscrito ao conhecimento técnico e à sua validação… Um/a bom/boa professor/a técnico depende da forma como aprendeu, segundo a forma como assimilou/apropriou esse conhecimento (o Desenvolveu/Estudou/Aprimorou/ Método e da Dinâmica tanto para o Curso como para cada aula) e tem que estar preparado/a, tanto para explicar sobre a execução desse conhecimento, como as perguntas desafiadores de alunas/os que apelam a outros conhecimentos complementares e aqui falo, por exemplo, sobre a própria história da dança árabe; que é sempre pertinente para enquadrar; bem como por exemplo também o significado do movimento/acessórios etc. Para tudo isto é necessário investimento do seu tempo e dinheiro.


Conhecimento que, para muitos/as, associam ao número de anos… mas como sabemos número de anos não implica que esteja preparado/a para ser professor/a, até porque tenho a certeza que, ao longo das nossas vidas enquanto estudantes, podíamos nomear alguns nomes de professores/as, que não souberam nos ensinar.


Mas, se você acha que está preparado para dar este passo e tem os itens que falei anteriormente comece por ensinar, por exemplo, uma amiga e veja quais são as suas perguntas… quantas vezes teve que repetir a explicação, quantas vezes conseguiu explicar o mesmo conteúdo de formas diferentes… de que forma é que ele/ela o executou... teste-se e veja se a/o sua/seu “aluna/o” ficou satisfeita/o… mas escolha uma verdadeira/o a/o amiga/o, OK… daquelas/es que dizem a verdade… :D. Parece-me este quase o KIT Básico.

Dia do/a Pedagogo/a... uma reflexão necessária....

Mas para mim falar desta perspetiva (Bailarino/a vs Professsor/a), seria redutor… peço desculpa…. Ora, desta forma vamos para outro nível, para outro degrau, que é o de ser pedagogo/a. Afinal, o que consiste esta figura às vezes falada e associada a uma outra palavra a “didática”, mas nem sempre aplicada?

Ser professor/a pode ser muita gente, ser pedagogo/a é só para alguns/algumas. Lamento, mas é verdade!

O/a Professor/a transmite conhecimento, mas a/o pedagoga/o empodera o Outro através do conhecimento. O/A pedagogo/a prepara hoje para algo maior amanhã…O/A pedagogo/a apoia... O/A pedagogo/a trabalha autoconfiança, autoestima… a sua individualidade entre os demais… E transforma o conhecimento em sabedoria, atuando como mediador/a da relação ensino e aprendizagem. Pedagogo/a é aquele/a que “conduz” quem está no processo de aprender...


O termo “pedagogia” é composto de dois radicais da língua grega: PAIDOS, que significava criança, e AGOGE, que remete à ideia de conduzir ou condução. Na sua origem, “pedagogia” tinha o significado de conduzir a criança para o conhecimento. Hoje, podemos dizer que essa condução se refere a todo os sujeitos: crianças, adolescentes, jovens, adultos, sêniores...


Ser pedagogo/a é reunir um conjunto de princípios, características, que vai muito mais além do que transmitir um conhecimento técnico, é aquele/a que, sem gostarmos de matemática, por exemplo, consegue nos prender a atenção e o interesse e dá-nos a certeza de que vamos conseguir, como me aconteceu.


Acredito que toda a gente pode ser Pedagoga/o, mas acredito que alguns/algumas ainda não estão preparadas/os. A pedagogia está intimamente ligado ao SER, à essência... É preciso vibrar na essência do ser humano e não no ego…. É preciso saber o que se transmite para empoderar aquele ser humano (aquele/a bailarino/a), para se tornarem a sua melhor versão, partindo dela/e e orientando para… Pedagogas/os sabem que têm os destinos cruzados, mas que cada um/a tem o seu caminho, permanecendo o reconhecimento do valor; a gratidão; e que continuará existir uma memória da sua importância no seu percurso, mas entendem que a vida é cíclica... e tal como no Amor “ninguém é de ninguém, mesmo quando se ama alguém” como nos escreve o cantor João Pedro Pais.


Mas a atenção permanece da admiração e gratidão infinita, porque quem aprende não esquece, sabe e reconhece o valor da importância daquela pessoa no seu percurso, naquele momento. Se vivermos na essência sabemos que deixar seguir é um ato de amor mais sublime, porque sabemos que aquele ser humano diante nós tem que percorrer o seu próprio caminho. Já que o apego é inimigo da evolução de qualquer SER humano. A/O pedagoga/o não está à espera de receber reconhecimentos públicos… porque entende bem o seu propósito...


Ser um/a verdadeiro/a pedagogo/a é atuar na interface com o outro; é vibrar na essência de nós, é praticar o desapego, o amor incondicional pela evolução do outro… pois a melhor forma de um conhecimento ser perpetuado com sentido, é que o Outro é o nosso melhor embaixador/ embaixadora do nosso trabalho.


O conhecimento não é nosso, nem as pessoas são nossas…. Estamos todos em interface uns com os outros e quando temos os destinos cruzados é sempre na lógica de que há sempre algo que aprendemos…. E já sabem, se as coisas se repetirem é porque não aprendemos à primeira…


Ser pedagogo/a não é só na transmissão de conhecimentos técnicos de forma didática, que é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, mas também a nível comportamental associado à sabedoria e empatia, que envolve três níveis: afetivo, cognitivo e reguladores de emoções, isto é, tem que ter bem desenvolvida sobretudo Inteligência Interpessoal, mas para isso acontecer com mestria a Inteligência Intrapessoal também ela tem que estar na “linha da frente”. É um conjunto… uma simbiose...E é óbvio que há técnicas e ferramentas que você pode utilizar… Mas exige tempo, dedicação, investigação, sensibilidade e amor/afeto... etc. Por isso, podemos dizer que todo processo educativo se dá na relação entre as pessoas e na relação que estabelecemos com o objeto do nosso conhecimento e com a nossa consciência de mundo!


Quando somos pedagogos/as não é o EU… é o outro… a nossa concentração é no Outro… e aqui vai uma dica onde muita gente falha, seja a ensinar seja até enquanto pais: não se esqueçam quem vocês eram quando estavam a aprender… não esqueçam o que sentiam quando eram daquela idade… não esqueçam do que vocês pensavam… Outra dica grátis, porque hoje é o Dia do/a pedagogo/a e é o meu dia, e cheia de afeto digo: não se esqueçam do método de estudo, mas neste caso estou a falar do seu…


Como palavras finais agradeço a vossa leitura... e partilhem comigo a vossa visão...

Beijinhos empoderados e dançantes :D


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