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Improviso: o despertar da consciência para além do óbvio

Updated: Apr 18, 2020

Improviso como método de estudo:

Como é que o improviso pode ser importante para o auto-conhecimento? O que consegue o improviso revelar sobre a nossa dança?

De que forma é que eu trabalhei as informações que o improviso me deu?

Ao realizarmos o improviso fazemos, pelo menos, 2 ações: ouvimos e aprendemos sobre a música árabe, que nunca é demais. Sabemos que é importante “educarmos o nosso ouvido” para as sonoridades dos instrumentos tradicionais da cultura árabe, bem como os ritmos. E por aí vai. Sem esquecer também a questão de conjugarmos a técnica e a música. Dessa forma, com treino o nosso corpo acaba por responder mais depressa e assim, melhoramos a nossa performance.

Aprendi durante o ano de 2018 o que o improviso pode fazer muito mais pela minha dança, quando me estava a preparar para o exame final do curso da APDV ( https://youtu.be/K673de3t5A8 ). Durante esse percurso, despertei-me para olhar o improviso com outros olhos, outras lentes. Hoje, eu utilizo o improviso como uma ferramenta de estudo.

Bora lá organizar as ideias. Podemos dividir a utilização do improviso em três momentos:

Primeiro os Shows - Quantas vezes improvisamos em shows? Muitas vezes, certo? Em alguns temos o fator surpresa, porque não sabemos que espaço vamos ter, o público que vamos encontrar (pois há ambientes que apelam à interação e outros nem por isso), qual será a energia da pessoa que nos contrata, a do(s) protagonista(s) do evento, etc. Para mim, esta mescla de fatores acaba por influenciar o momento. Isto é, com ou sem coreografia, mediante a escolha do reportório para aquele evento acabamos quase sempre por improvisar. Pelo menos acontece comigo. O que acontece nestes casos é que na maioria das vezes não temos acesso aos vídeos e não podemos fazer a nossa análise. Então, vale-nos o feedback do público, que enfatiza aspetos como: atitude em palco, expressão, interação, comunicação, imagem e a bailarina como entertainer. Raros são os casos em que a avaliação vai mais além. Verdade? Mas, atenção, também são fatores importantes.

Em segundo os Festivais – Quando partilhei no post passado sobre por onde começar a coreografar, os feedbacks também falaram em não coreografar, mas sim só estudar a música. Sem dúvida que é outra forma de trabalhar a sua dança e, claro, nada contra. Tudo depende, quanto a mim, das nossas intencionalidades e do trabalho que fazemos antes e depois desses momentos. Um dia partilharei a minha visão sobre isso.

Eu, pessoalmente, faço sempre coreografias para os festivais e, um dia, também abordarei a importância dos festivais no meu percurso. Mas, mesmo com coreografia, há momentos em que já me deu uma branca e improvisei. A título de exemplo, tenho as duas últimas coreografias no Oriental Dance Weekend (https://youtu.be/KW3SvXgWsnQ e https://youtu.be/hpIMASPQt4U) e até na minha primeira coreografia, que apresentei no primeiro exame APDV ( https://youtu.be/pv6gwt3aYuE).

A única vez que fui a um festival sem coreografia foi em 2018, aquando da minha preparação para o exame final da APDV ( https://youtu.be/KQ4YeeHgcbA ), na Figueira da Foz e também na gala que fui convidada a dançar ( https://youtu.be/e9Wti3UI2yI ). Todavia nestes casos, eu conhecia as músicas e foi uma forma de me experimentar para o momento aguardado e como tinha acesso aos vídeos, posteriormente deu para ver as minhas atuações.


Por último deixo, terceiro improviso como treino. Fi-lo, na altura, com a finalidade de me preparar para o exame final da APDV. No exame, nós não temos conhecimento qual é a música, o estilo e podia ser algo que me identificasse ou não (como foi o caso).

Sob o pretexto do exame e passando pelas duas experiências anteriormente mencionadas, encontrei o improviso como forma de treino, mas atenção não é improviso para ser feliz (também se pode ser), mas como método de estudo para se fazer o ponto da situação sobre a nossa dança, neste caso a minha.


(Share With You - conteúdos complementares)

No meu caso, considerava o improviso a partir do 4ª música, porque a partir da 4ª já não encontrava razões para justificar o que fazia ahahahah… simplesmente fazia!

E vamos combinar, como é que se cresce? Como é que se evolui se não for nesse confronto? Deixarmos de lado justificar o injustificável e partirmos para a ação com o propósito maior de Evolução. Fazer diferente e fazer melhor- Este fazer melhor, obviamente, que tem a ver com aquilo que eu entendo e que a minha mente estipulou que era o melhor na minha humilde opinião.

Eu partilho contigo 3 dos 4 fatores principais que o improviso como método de estudo revelou, encontre no SHARE WITH YOU, aqui no blog, o 4º factor e a explicação de cada um deles:

Revela: os passos que temos por hábito utilizarmos, os Tiques e os Pontos de fuga.


No meu caso, durante este processo de preparação para o exame eu tomei consciência de algumas coisas e, claro, no teu caso pode ser para um festival ou um show. Através da improvisação vocês conhecem a vossa dança. Até podem durante este processo explorar combinações de passos, que até então não tinham experimentado. Ter um reportório de passos variados e saber o que fazer na música e responder prontamente com esse reportório para cada tipo de som, que se ouve é só somar pontos numa apresentação.

Foi um ano que improvisei mil e uma músicas, do reportório de Esmeralda que seria a jurada “mor” desse exame. Além de as improvisar estudei a sua leitura musical e aprendi como se respira numa música sem perder atitude cénica, que para mim é um fator importante. Vamos combinar, a Esmeralda é mestre nisso! E ter ouvido dela: "Você segurou apresentação no carão" levei como elogio. Posso dizer que não podia ter melhor jurada, depois de um ano de estudo enriqueci a minha bailarina.


Espero ter ajudado. Partilhem comigo se alguma vez pensaram no improviso desta forma. E se sim, o que ela revelou da vossa dança?


Beijinhos de esperança e dançantes





 
 
 

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