Os acontecimentos atuais, que não nos deixam indiferentes!
- Bárbara Başarı
- Mar 12, 2022
- 4 min read
Neste texto de hoje, e motivada pelas mensagens que tenho recebido sobre como esta realidade de uma Guerra na Europa, está a mexer com as pessoas. Durante esta última semana, tem sido assim, e como acredito que nada é por acaso vi-me inspirada para o texto de hoje. Quero partilhar uma forma de ver a situação. Não quero dizer que seja a certa ou a errada, mas é a forma que penso ser a mais adequada para manter alguma sanidade emocional.
Quantos/as de nós conhecemos ucranianos/as? A dança apresentou-nos talentos, seja na dança do ventre seja nas danças de salão. Ou até na nossa vida “civil” também conhecemos. Mas há quem não conheça ninguém e mesmo assim não consegue ficar indiferente às imagens e às notícias que nos chegam.
Uma guerra, sabemos bem os seus contornos, onde vítimas são vítimas de motivações, que não são compreendidas, até porque quando existem vítimas não há qualquer motivação que as justifique.
A conexão emocional com as imagens são quase inevitáveis, emocionamos, dá-nos uma angústia, ansiedade, e por aí em diante… já para não falar do impacto da pandemia na nossa vida, que ainda se mantém.
Mas proponho este exercício:
Pega num papel e lápis. E dividi em 2 colunas, depois escreve no topo de cada coluna: O que eu posso controlar (o que depende de mim) e o que eu não consigo controlar (o que não está ao meu alcance).
Agora pare. Escreva. E só depois continue a ler este texto.
Observe o que mais tem impacto em si? De que forma está a deixar de fazer coisas que dependem de si porque aquilo que não controla o abala tanto?
A pandemia já veio provar-nos que nós não controlamos nada. A guerra também, já que ninguém acreditava que iria acontecer.
Infelizmente, estas duas situações que mencionei não dependem de nós. O que depende de nós?
Vejamos estes exemplo:
- Na Polónia deixaram carrinhos de bebés nas estações de comboio para mães que fugiram da guerra,
- Homens de diferentes nacionalidades, com diferentes formações (médicos, enfermeiros, com experiência de combate… etc) foram ajudar os ucranianos na linha da frente...
- Os/as Portugueses/as estão a fazer recolha de alimentos e de bens de primeira necessidade, de norte a sul do país, para levar para o epicentro e, (provavelmente tu já contribuíste), fizeste o que podias!
- Pessoas em diferentes capitais do mundo saíram às ruas a manifestarem-se perante esta descabida guerra...
- Eu, poderia citar muitos outros exemplos como estes, mas finalizo apenas com mais um, da Diva Darina, uma das estrelas internacionais ucranianas de dança do ventre, que chegou ao Brasil 2 dias antes da guerra começar. Através dos meios que dispõe, em solo brasileiro, com a família ainda lá, ajuda o seu povo. Em entrevista à TV Globo tem uma frase em que todos/as nós nos devemos de inspirar: “às vezes eu choro bastante, mas ao mesmo tempo falo: pare com isso, você não vai ajudar a sua família”. Darina tem a sua família lá.
Se nós absorvemos através destes relatos e das imagens acerca do que está a acontecer, nós não vamos ser capazes de:
Primeiro: estarmos bem para fazer face a nós mesmos e à nossa vida;
Segundo: cuidar de quem está à nossa volta (se nós não estamos bem não somos capazes de ajudarmos os outros);
Terceiro: nós precisamos de ter a consciência, tal como Darina, que quando estamos no nosso equilíbrio conseguimos realizar mais coisas, e conseguimos encontrar iniciativas em que, mesmo longe, seja possível a nossa contribuição.
Ainda há dias um ucraniano que estava a fazer recolha alimentar, como voluntário, dizia para a RTP, que estava emocionado pois a recolha fechava as 20h, mas às 22h ainda existiam pessoas que levavam o que podiam.
Todos estes exemplos, são testemunhos de como cada um se pode mobilizar, segundo os seus recursos e capacidades para ajudar, da forma como podem, o outro. Esse é o caminho. Cada um com os seus recursos. Cada um faz o que pode! Mas se ainda não o fizeste por algum motivo: Está tudo bem, porque provavelmente contribuirás quando recebermos ucranianos/as na tua cidade. Cada um de nós no nosso tempo e com os meios disponíveis.
Concentre-se no que pode controlar. Em que pode contribuir?
E, como escrevi num um texto lá no início da pandemia: vejam o que podem fazer para contribuir para o vosso bem estar. Faz caminhadas, pois hoje já é possível. Não vejas noticias, não é que estejas alienado da realidade, pois isso é impossível todos nós sabemos dela, mas para o nosso bem estar emocional temos que pensar o que tira o nosso equilíbrio. Brinque com os seus filhos. Demonstre carinho/afeto pelos demais. Faça aqui e agora. Isso está ao seu alcance hoje.
Como contacto com muitas pessoas que estão a precisar, partilho outro exercício que aconselho vivamente, quando se está a viver determinada situação, que nos está a incomodar, respire profundamente; inspire pelo nariz e expire pela boca. E, vá a cada inspiração e expiração tornando-a mais natural. Acalme-se. Só assim pode fazer a diferença.
Se ficarmos doentes, apáticos, tristes, em nada ajudamos.
Beijinhos


Comments